Estudo utiliza a Metodologia LIFE para coleta e verificação de dados

25 agosto 2016

Ricardo Reale, biólogo e mestrando do Programa de Pós Graduação em Recursos Florestais da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ) dedicou-se a investigar os empreendimentos listados no Índice de Sustentabilidade empresarial da bolsa de valores de São Paulo (BM&FBovespa), por meio de relatórios socioambientais, com o objetivo de avaliar a relação das empresas com os biomas e suas respectivas regiões hidrográficas.

Para a coleta e verificação dos dados, o pesquisador utilizou da Metodologia LIFE que qualifica e quantifica os impactos ambientais relacionados à biodiversidade, ocasionados pelos processos produtivos de empreendimentos de qualquer porte ou setor. “Por meio da metodologia da certificação LIFE foi possível observar quais são as ações de conservação que deveriam ser desenvolvidas para reduzir os impactos ambientais nos ecossistemas”. Ricardo ainda afirma que “as empresas que praticam ações de preservação possuem, de fato, sistemas de gestão empresarial focados no bem estar social, econômico e ambiental, tanto da empresa quanto da sociedade”.

No entanto, entre as 11 empresas avaliadas no estudo, dez não desenvolvem ações de conservação para suavizarem os impactos ambientais ocasionados por suas atividades. De acordo com o pesquisador, há sete empresas que dependem dos serviços ecossistêmicos, ou seja, que obtêm diretamente os benefícios da natureza, a fim de sustentar a matéria que produzem. No entanto, apenas uma empresa trabalha na recuperação das áreas afetadas. “As empresas podem e devem usufruir conscientemente dos recursos naturais, sendo imprescindível que a exploração seja realizada em velocidade menor ou igual à velocidade de reposição dos estoques ecossistêmicos consumidos”, disse Ricardo.

A manutenção, preservação e restauração dos biomas são fundamentais para repor os estoques ecológicos consumidos pelas empresas em seus processos produtivos. Por isso, com o estudo, Ricardo propõe uma solução. “A metodologia da certificação LIFE pode ser considerada um instrumento adicional de gestão ambiental para auxiliar empresas a minimizarem seus impactos no ambiente, que em decorrência da implantação de ações de conservação da biodiversidade, poderão fortalecer seus posicionamentos de sustentabilidade frente à BM&FBovespa, beneficiando assim, a sociedade como um todo, além de aprimorarem seus sistemas de gestão, possibilitando, inclusive, vantagens econômicas”, ressaltou Ricardo.

Texto adaptado. Original de Caio Nogueira e Ana Carolina Brunelli.

Fonte:USP/Esalq (Acesse aqui)